Dr. Saulo Alves

Dr Saulo Alves

Qual médico cuida do usuário de esteroides?

Hoje há uma gama de usuários recreativos que usam os hormônios buscando um corpo mais bonito e acabam abusando de substâncias que, na grande maioria das vezes, não sabemos a procedência. Uma grande parcela dos usuários de hormônios acabam por apresentar vários efeitos colaterais indesejáveis e piorando significativamente sua qualidade de vida.

Mas nem tudo está perdido. Hoje o médico do esporte pode ser seu maior aliado na busca por saúde e equilíbrio hormonal, além de conseguir reparar os danos causados pelos esteroides.

Dr Saulo Alves é especialista no assunto quando falamos de reposições hormonais. Dono da VITATIV – Emagrecimento e Performance, uma clínica voltada para o público que deseja uma mudança corporal e do estilo de vida. Um ambiente agradável, aconchegante e sofisticado que vai atuar ao seu lado para conquistar seus objetivos.

Contamos com espaço reservado e privativo para fazer as reposições além de total garantia da qualidade das medicações utilizadas. Sua saúde é seu maior bem.

Resumo:

O aumento de massa muscular é um objetivo comum entre atletas, fisiculturistas e indivíduos que buscam melhorar a composição corporal. 

Os hormônios esteroides, como a testosterona e seus derivados, são substâncias que influenciam o processo de aumento de massa muscular, estimulando a síntese proteica muscular e promovendo o crescimento e a reparação dos músculos. 

No entanto, o uso de hormônios esteroides também envolve riscos à saúde, como problemas cardiovasculares, distúrbios hormonais, danos hepáticos e psicológicos, além de questões éticas relacionadas ao desempenho esportivo. 

Neste artigo, analisamos como os hormônios esteroides atuam:

  • no aumento de massa muscular
  • quais são os fatores regulatórios
  • feedback hormonal envolvidos
  • como eles são usados no fisiculturismo e no atletismo
  • quais são os riscos à saúde
  • os efeitos colaterais associados ao uso indevido
  • quais são as implicações éticas
  • a regulamentação esportiva sobre o assunto
  • quais são as estratégias alternativas para o aumento de massa muscular.
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Introdução:

O aumento de massa muscular é um aspecto importante para muitas pessoas que praticam atividades físicas, seja por motivos estéticos, de saúde ou de desempenho. 

A massa muscular é composta por tecido muscular esquelético, que é formado por células chamadas fibras musculares. 

As fibras musculares podem se contrair e gerar força, permitindo os movimentos do corpo. 

Além disso, a massa muscular contribui para o metabolismo basal, a regulação da temperatura corporal e a proteção dos órgãos internos.

O aumento de massa muscular depende de vários fatores, como o tipo, a intensidade, a frequência e a duração do treinamento físico, a nutrição adequada, o descanso suficiente e o equilíbrio hormonal. 

Entre esses fatores, os hormônios esteroides se destacam por sua influência direta na síntese protéica muscular, que é o processo pelo qual as proteínas são produzidas e incorporadas às fibras musculares.

Os hormônios esteroides são substâncias derivadas do colesterol que atuam como mensageiros químicos no organismo. Eles se ligam a receptores específicos nas células-alvo e alteram a expressão gênica, afetando diversas funções fisiológicas. 

Entre os hormônios esteroides mais conhecidos estão a testosterona, o estradiol, a progesterona e o cortisol.

Neste artigo, vamos nos concentrar nos hormônios esteroides relacionados à testosterona, que são os principais responsáveis pelo aumento de massa muscular. 

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Hormônios Esteroides e Síntese Proteica Muscular:

A síntese proteica muscular é o processo pelo qual as proteínas são produzidas no interior das fibras musculares a partir dos aminoácidos disponíveis no sangue. As proteínas são moléculas essenciais para o funcionamento das células, pois exercem diversas funções estruturais, enzimáticas e regulatórias.

A síntese proteica muscular é influenciada por vários fatores externos e internos. Entre os fatores externos estão o treinamento físico, especialmente o treinamento de resistência, que provoca microlesões nas fibras musculares e estimula a resposta anabólica, ou seja, a síntese de novas proteínas para reparar e aumentar o tamanho das fibras.

Outro fator externo é a nutrição, que fornece os aminoácidos necessários para a síntese proteica, bem como outros nutrientes que podem afetar o metabolismo muscular.

Entre os fatores internos estão os hormônios esteroides, que atuam como sinalizadores moleculares que modulam a síntese proteica muscular. 

Os hormônios esteroides podem ser produzidos naturalmente pelo organismo ou administrados exógenamente por meio de suplementos ou medicamentos. 

Os hormônios esteroides relacionados à testosterona são os mais relevantes para o aumento de massa muscular, pois eles se ligam aos receptores androgênicos nas fibras musculares e ativam vias de sinalização que aumentam a expressão de genes envolvidos na síntese proteica. 

Além disso, eles também inibem a degradação proteica, que é o processo pelo qual as proteínas são quebradas em aminoácidos e liberadas no sangue.

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Os hormônios esteroides relacionados à testosterona podem ser classificados em dois grupos: os andrógenos endógenos e os andrógenos exógenos. 

Os andrógenos endógenos são aqueles produzidos naturalmente pelo organismo, principalmente pelos testículos nos homens e pelos ovários nas mulheres. 

O principal andrógeno endógeno é a testosterona, que é responsável pelo desenvolvimento das características sexuais secundárias masculinas, como o crescimento da barba, do pênis e dos músculos. 

A testosterona também pode ser convertida em outros hormônios esteroides, como o diidrotestosterona (DHT) e o estradiol, que têm efeitos específicos em diferentes tecidos.

Os andrógenos exógenos são aqueles administrados artificialmente por meio de suplementos ou medicamentos. Eles podem ser sintéticos ou naturais, mas geralmente são derivados da testosterona ou da Dihidrotestosterona  (DHT). 

Os andrógenos exógenos mais comuns são os esteroides anabolizantes, que são substâncias que têm efeitos semelhantes aos da testosterona, mas com maior potência anabólica e menor atividade androgênica. 

Os esteroides anabolizantes são usados para aumentar a massa muscular, a força e o desempenho físico, mas também podem causar efeitos colaterais graves.

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Papel da Testosterona e Hormônios Relacionados:

A testosterona é o principal hormônio esteroide relacionado ao aumento de massa muscular. Ela é produzida principalmente pelos testículos nos homens e pelos ovários nas mulheres, mas também pode ser sintetizada em pequenas quantidades pelas glândulas adrenais.

A testosterona circula no sangue ligada a proteínas transportadoras, como a globulina ligadora de hormônios sexuais (SHBG) e a albumina, ou livre na forma ativa. 

Apenas uma pequena fração da testosterona total está disponível para se ligar aos receptores androgênicos nas células-alvo.

A testosterona exerce seus efeitos por meio de dois mecanismos principais: a via genômica e a via não genômica. 

A via genômica envolve a ligação da testosterona aos receptores androgênicos no núcleo das células-alvo, formando um complexo que se liga ao DNA e altera a expressão de genes específicos. 

Esses genes podem estar envolvidos na síntese proteica muscular, na diferenciação celular, na angiogênese, na inflamação e na apoptose. 

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A via não genômica envolve a ligação da testosterona aos receptores androgênicos na membrana das células-alvo, ativando vias de sinalização intracelular que afetam o metabolismo celular, o transporte de íons, a liberação de neurotransmissores e a contração muscular.

A testosterona tem um papel fundamental no aumento de massa muscular por meio da estimulação da síntese proteica muscular. Ela aumenta a captação de aminoácidos pelas fibras musculares, ativa a via mTOR, que é uma das principais vias de sinalização anabólica, e aumenta a expressão de fatores de crescimento, como o IGF-1, que potencializam os efeitos da testosterona. 

Além disso, ela também inibe a via do cortisol, que é um hormônio catabólico que promove a degradação proteica muscular.

A testosterona também influencia a hipertrofia muscular, que é o aumento do tamanho das fibras musculares. Ela estimula a proliferação e a diferenciação dos mioblastos, que são células precursoras das fibras musculares, e dos satélites, que são células-tronco musculares que se fundem com as fibras existentes para aumentar o número de núcleos. 

Os núcleos são responsáveis pela síntese de proteínas e pelo controle do volume celular. Quanto maior o número de núcleos por fibra, maior é a capacidade de síntese proteica e de hipertrofia.

A testosterona também afeta a força muscular, que é a capacidade de gerar tensão e vencer uma resistência. Ela aumenta a força muscular por meio do aumento da massa muscular, da melhora da coordenação neuromuscular, da modulação da atividade neural e da redução da fadiga. A testosterona também pode aumentar a agressividade e a motivação, o que pode influenciar o desempenho físico.

A testosterona também está envolvida nas adaptações ao treinamento de resistência, que é um tipo de treinamento físico que visa aumentar a massa muscular e a força. 

O treinamento de resistência provoca alterações agudas e crônicas nos níveis de testosterona. As alterações agudas são as variações que ocorrem durante ou logo após uma sessão de treinamento. Elas dependem de fatores como o volume, a intensidade, a duração, o intervalo entre as séries, o tipo de exercício e o estado nutricional. 

As alterações crônicas são as variações que ocorrem ao longo de semanas ou meses de treinamento. Elas dependem de fatores como o nível inicial de testosterona, o grau de adaptação ao treinamento, o período de recuperação e o estresse psicológico.

As alterações agudas e crônicas nos níveis de testosterona podem ter efeitos positivos ou negativos no aumento de massa muscular e na força. 

Os efeitos positivos são aqueles que favorecem a síntese proteica muscular e a hipertrofia. Eles ocorrem quando há um aumento transitório e moderado da testosterona após uma sessão de treinamento ou quando há um aumento sustentado e significativo da testosterona ao longo do treinamento. 

Os efeitos negativos são aqueles que prejudicam a síntese proteica muscular e a hipertrofia. Eles ocorrem quando há uma diminuição persistente e severa da testosterona após uma sessão de treinamento ou quando há uma diminuição progressiva e irreversível da testosterona ao longo do treinamento.

Portanto, é importante monitorar os níveis de testosterona durante o treinamento de resistência para otimizar os resultados desejados. Uma forma de fazer isso é por meio da dosagem sanguínea da testosterona total ou livre. Outra forma é por meio da avaliação dos sintomas clínicos relacionados à testosterona, como libido, humor, energia, sono, apetite, concentração e recuperação.

Fatores Regulatórios e Feedback Hormonal:

Os níveis de testosterona e outros hormônios esteroides não são constantes no organismo, mas sim regulados por mecanismos de feedback hormonal. 

O feedback hormonal é um sistema de controle que mantém a homeostase, ou seja, o equilíbrio dinâmico das funções fisiológicas. 

O feedback hormonal pode ser positivo ou negativo, dependendo do efeito que ele exerce sobre a produção ou a inibição dos hormônios.

O feedback negativo é o mais comum e consiste na redução da produção ou da liberação de um hormônio quando ele atinge um nível elevado no sangue. O feedback negativo visa evitar excessos ou deficiências hormonais que possam causar distúrbios no organismo. 

Um exemplo de feedback negativo é o eixo hipotálamo-hipófise-gonadal, que regula os níveis de testosterona e outros hormônios sexuais.

O eixo hipotálamo-hipófise-gonadal é formado por três estruturas: o hipotálamo, que é uma região do cérebro que coordena diversas funções autônomas e endócrinas; a hipófise, que é uma glândula localizada na base do cérebro que secreta vários hormônios; e os gônadas, que são as glândulas sexuais, como os testículos nos homens e os ovários nas mulheres.

O funcionamento do eixo hipotálamo-hipófise-gonadal é o seguinte: o hipotálamo secreta um hormônio chamado hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH), que estimula a hipófise a secretar dois hormônios chamados hormônio folículo-estimulante (FSH) e hormônio luteinizante (LH).

O FSH e o LH atuam sobre os gônadas, estimulando a produção de testosterona e outros hormônios sexuais. 

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A testosterona, por sua vez, exerce um feedback negativo sobre o hipotálamo e a hipófise, inibindo a secreção de GnRH, FSH e LH. Dessa forma, os níveis de testosterona são mantidos dentro de uma faixa normal.

O feedback negativo pode ser alterado por diversos fatores, como o envelhecimento, o estresse, a nutrição, o sono, o exercício físico, o uso de medicamentos e o uso de hormônios esteroides exógenos.

Esses fatores podem aumentar ou diminuir a produção ou a sensibilidade dos hormônios envolvidos no eixo hipotálamo-hipófise-gonadal, afetando os níveis de testosterona e outros hormônios sexuais.

O feedback positivo é menos frequente e consiste no aumento da produção ou da liberação de um hormônio quando ele atinge um nível baixo no sangue. O feedback positivo visa estimular uma resposta rápida ou intensa do organismo a uma situação específica. 

Um exemplo de feedback positivo é o aumento da secreção de ocitocina durante o parto, que estimula as contrações uterinas e facilita a expulsão do bebê.

O feedback positivo também pode ser alterado por diversos fatores, como os citados anteriormente. Esses fatores podem potencializar ou atenuar a resposta hormonal desejada.

Portanto, é importante compreender como os fatores regulatórios e o feedback hormonal afetam os níveis de testosterona e outros hormônios esteroides no organismo. Esses conhecimentos podem ajudar a otimizar o aumento de massa muscular e a evitar os riscos à saúde associados ao desequilíbrio hormonal.

Uso de Hormônios Esteroides no Fisiculturismo e Atletismo:

O uso de hormônios esteroides exógenos, especialmente os esteroides anabolizantes, é uma prática comum entre fisiculturistas e atletas que buscam aumentar a massa muscular, a força e o desempenho físico. 

Os esteroides anabolizantes são substâncias sintéticas derivadas da testosterona ou do DHT, que têm efeitos semelhantes aos da testosterona, mas com maior potência anabólica e menor atividade androgênica. Eles podem ser administrados por via oral, injetável, transdérmica ou sublingual.

Os esteroides anabolizantes podem ser classificados em dois grupos: os esteroides anabolizantes androgênicos (EAA) e os esteroides anabolizantes seletivos (SARMs). 

Os EAA são aqueles que têm efeitos tanto anabólicos quanto androgênicos, ou seja, que estimulam o aumento de massa muscular e também causam efeitos colaterais relacionados à masculinização, como acne, calvície, crescimento de pelos corporais, aumento da próstata e ginecomastia. 

Os SARMs são aqueles que têm efeitos predominantemente anabólicos, ou seja, que estimulam o aumento de massa muscular sem causar tantos efeitos colaterais androgênicos. Porém na prática não funciona bem assim. Eles funcionam semelhantes aos EAAs.

Os esteroides anabolizantes podem ser usados de forma isolada ou combinada, em diferentes doses, frequências e durações. 

O uso de mais de um esteroide anabolizante ao mesmo tempo é chamado de empilhamento (stacking). 

O uso de diferentes doses ou frequências de um mesmo esteroide anabolizante é chamado de pirâmide (pyramiding). 

O uso intermitente de esteroides anabolizantes, com períodos de uso e de pausa, é chamado de ciclo (cycling).

O uso de hormônios esteroides exógenos pode ter benefícios para o aumento de massa muscular e o desempenho físico, mas também envolve riscos à saúde, eficácia e questões éticas. Vamos analisar cada um desses aspectos a seguir.

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Riscos à Saúde e Efeitos Colaterais:

O uso de hormônios esteroides exógenos, especialmente os esteroides anabolizantes, pode causar diversos efeitos colaterais e riscos à saúde, que variam de acordo com o tipo, a dose, a frequência, a duração e a combinação dos esteroides usados, bem como das características individuais de cada usuário. 

Esses efeitos colaterais e riscos podem ser classificados em quatro categorias: efeitos androgênicos, efeitos estrogênicos, efeitos hepatotóxicos e efeitos cardiovasculares.

Os efeitos androgênicos são aqueles relacionados à masculinização, ou seja, ao desenvolvimento de características sexuais secundárias masculinas. Eles são mais comuns nos usuários de EAA do que nos usuários de SARMs, pois os EAA têm maior atividade androgênica do que os SARMs.

Os efeitos androgênicos podem ser reversíveis ou irreversíveis, dependendo da duração e da intensidade do uso dos esteroides. Alguns exemplos de efeitos androgênicos são:

  • Acne: é o surgimento de espinhas na pele, causado pelo aumento da produção de sebo pelas glândulas sebáceas. A acne pode afetar o rosto, o peito, as costas e os braços. Ela pode ser leve ou grave, podendo causar cicatrizes permanentes.
  • Calvície: é a perda de cabelo no couro cabeludo, causada pela conversão da testosterona em DHT, que atrofia os folículos capilares. A calvície pode ser parcial ou total, dependendo da predisposição genética do usuário.
  • Crescimento de pelos corporais: é o aumento do volume e da espessura dos pelos no corpo, causado pelo aumento da produção de pelos terminais pelas glândulas pilosas. O crescimento de pelos pode afetar o peito, as costas, os braços, as pernas e a região pubiana.
  • Aumento da próstata: é o aumento do tamanho da glândula prostática, causado pela estimulação dos receptores androgênicos na próstata. O aumento da próstata pode causar dificuldade para urinar, dor ao urinar, infecções urinárias e câncer de próstata
  • Ginecomastia: é o aumento do tecido mamário nos homens, causado pela conversão da testosterona em estradiol, que estimula os receptores estrogênicos nas mamas. A ginecomastia pode ser unilateral ou bilateral, podendo causar dor, sensibilidade e secreção mamária.

Os efeitos estrogênicos são aqueles relacionados à feminização, ou seja, ao desenvolvimento de características sexuais secundárias femininas. Eles são mais comuns nos usuários de EAA que se convertem em estradiol do que nos usuários de SARMs que não se convertem em estradiol. 

Os efeitos estrogênicos podem ser reversíveis ou irreversíveis, dependendo da duração e da intensidade do uso dos esteroides. Alguns exemplos de efeitos estrogênicos são:

  • Retenção hídrica: é o acúmulo excessivo de líquido no organismo, causado pelo aumento da retenção de sódio pelos rins. A retenção hídrica pode afetar o rosto, as mãos, os pés e o abdômen. Ela pode causar inchaço, ganho de peso e pressão alta.
  • Aumento da gordura corporal: é o aumento do tecido adiposo no corpo, causado pelo aumento da lipogênese e pela diminuição da lipólise. O aumento da gordura corporal pode afetar a região abdominal, as coxas e os quadris. Ele pode causar alterações na composição corporal e na distribuição de gordura
  • Diminuição da libido: é a redução do desejo sexual, causado pelo desequilíbrio entre os níveis de testosterona e estradiol. A diminuição da libido pode afetar tanto homens quanto mulheres. Ela pode causar dificuldade para se excitar, para manter a ereção, para atingir o orgasmo e para se satisfazer sexualmente.
  • Alterações de humor: são as mudanças no estado emocional, causadas pela alteração nos níveis de neurotransmissores no cérebro. As alterações de humor podem afetar tanto homens quanto mulheres. Elas podem causar ansiedade, depressão, irritabilidade, agressividade, euforia e instabilidade emocional.

Os efeitos hepatotóxicos são aqueles relacionados à toxicidade hepática, ou seja, ao dano ao fígado. Eles são mais comuns nos usuários de esteroides anabolizantes orais do que nos usuários de esteroides anabolizantes injetáveis, pois os esteroides anabolizantes orais são metabolizados pelo fígado e podem causar lesões nas células hepáticas. 

Os efeitos hepatotóxicos podem ser reversíveis ou irreversíveis, dependendo da duração e da intensidade do uso dos esteroides. Alguns exemplos de efeitos hepatotóxicos são:

  • Icterícia: é a coloração amarelada da pele e das mucosas, causada pelo acúmulo de bilirrubina no sangue. A bilirrubina é um pigmento que resulta da degradação da hemoglobina. A icterícia pode indicar uma obstrução biliar ou uma hepatite.
  • Hepatite: é a inflamação do fígado, causada por uma infecção viral, bacteriana, parasitária ou tóxica. A hepatite pode ser aguda ou crônica, podendo causar febre, mal-estar, dor abdominal, náuseas, vômitos e alterações nas enzimas hepáticas.
  • Cirrose: é a fibrose do fígado, causada pela morte progressiva das células hepáticas e pela formação de tecido cicatricial. A cirrose pode ser compensada ou descompensada, podendo causar ascite, varizes esofágicas, encefalopatia hepática e insuficiência hepática.
  • Câncer de fígado: é o crescimento anormal e descontrolado das células hepáticas, que podem invadir outros tecidos e órgãos. O câncer de fígado pode ser primário ou secundário, podendo causar perda de peso, dor abdominal, icterícia e alterações nas enzimas hepáticas.

Os efeitos cardiovasculares são aqueles relacionados ao sistema cardiovascular, ou seja, ao coração e aos vasos sanguíneos. Eles são comuns em todos os usuários de esteroides anabolizantes, independentemente do tipo, da dose, da frequência, da duração e da combinação dos esteroides usados. 

Os efeitos cardiovasculares podem ser reversíveis ou irreversíveis, dependendo da duração e da intensidade do uso dos esteroides. Alguns exemplos de efeitos cardiovasculares são:

  • Hipertensão arterial: é o aumento da pressão arterial acima dos valores normais, causado pelo aumento da resistência vascular periférica. A hipertensão arterial pode ser assintomática ou sintomática, podendo causar dor de cabeça, tontura, palpitações e sangramento nasal.
  • Dislipidemia: é a alteração dos níveis de lipídios no sangue, causada pelo aumento do colesterol total, do colesterol LDL (ruim) e dos triglicerídeos e pela diminuição do colesterol HDL (bom). 

A dislipidemia pode ser assintomática ou sintomática, podendo causar xantomas (depósitos de gordura na pele), xantelasmas (depósitos de gordura nas pálpebras) e pancreatite (inflamação do pâncreas).

  • Aterosclerose: é a formação de placas de gordura nas paredes das artérias, causada pelo acúmulo de colesterol LDL e pela inflamação vascular. A aterosclerose pode ser assintomática ou sintomática, podendo causar angina (dor no peito), infarto (morte do músculo cardíaco), acidente vascular cerebral (morte do tecido cerebral) e trombose (obstrução de um vaso sanguíneo).
  • Cardiomiopatia: é a alteração da estrutura e da função do músculo cardíaco, causada pelo aumento do estresse mecânico e metabólico sobre o coração. 

A cardiomiopatia pode ser hipertrófica, dilatada ou restritiva, podendo causar arritmias (alterações do ritmo cardíaco), insuficiência cardíaca (incapacidade do coração de bombear sangue adequadamente) e morte súbita.

Portanto, o uso de hormônios esteroides exógenos pode trazer sérios riscos à saúde, que podem comprometer a qualidade e a expectativa de vida dos usuários. 

Além disso, o uso de hormônios esteroides exógenos pode interferir nos níveis de hormônios esteroides endógenos, causando um desequilíbrio hormonal que pode afetar diversas funções fisiológicas. 

Por isso, é importante consultar um médico antes de iniciar ou interromper o uso de hormônios esteroides exógenos, bem como realizar exames periódicos para monitorar os efeitos colaterais e os riscos à saúde.

Implicações Éticas e Regulamentação:

O uso de hormônios esteroides exógenos, especialmente os esteroides anabolizantes, não é apenas uma questão de saúde, mas também uma questão de ética e de regulamentação. 

O uso de hormônios esteroides exógenos para aumentar a massa muscular e o desempenho físico pode ser considerado uma forma de doping, ou seja, uma prática ilícita que visa obter vantagem competitiva sobre os adversários. 

O doping é condenado pela maioria das organizações esportivas, que estabelecem regras e normas para detectar e prevenir o uso indevido de substâncias proibidas.

O uso de hormônios esteroides exógenos pode ser classificado em dois tipos: o uso terapêutico e o uso não terapêutico. O uso terapêutico é aquele que visa tratar uma condição médica específica, como a hipogonadismo (deficiência na produção de testosterona), a anemia (redução dos glóbulos vermelhos no sangue), a osteoporose (perda de massa óssea) e a sarcopenia (perda de massa muscular relacionada ao envelhecimento). 

O uso terapêutico deve ser prescrito e acompanhado por um médico, que deve avaliar os benefícios e os riscos do tratamento. O uso terapêutico pode ser autorizado pelas organizações esportivas, desde que o usuário apresente uma justificativa médica válida e uma autorização para uso terapêutico (AUT).

O uso não terapêutico é aquele que visa melhorar a aparência física, a autoestima ou o desempenho esportivo, sem uma indicação médica específica. O uso não terapêutico é geralmente feito por conta própria ou por influência de terceiros, sem orientação ou supervisão médica. 

O uso não terapêutico é proibido pelas organizações esportivas, que consideram uma violação das regras e dos princípios éticos do esporte.

O uso não terapêutico de hormônios esteroides exógenos pode gerar diversas implicações éticas, como:

  • Desigualdade: o uso de hormônios esteroides exógenos pode criar uma desigualdade entre os competidores, favorecendo aqueles que usam substâncias proibidas em detrimento daqueles que não usam. Isso pode comprometer a justiça, a imparcialidade e a integridade do esporte.
  • Desonestidade: o uso de hormônios esteroides exógenos pode ser considerado uma forma de trapaça, pois envolve o uso de meios ilícitos para obter resultados artificiais. Isso pode violar a honestidade, a transparência e a confiança do esporte.
  • Coerção: o uso de hormônios esteroides exógenos pode ser resultado de uma pressão externa ou interna, que leva o usuário a usar substâncias proibidas contra sua vontade ou seu julgamento. Isso pode afetar a autonomia, a liberdade e a responsabilidade do usuário.
  • Risco: o uso de hormônios esteroides exógenos pode expor o usuário a riscos à saúde que podem ser graves ou irreversíveis. Isso pode contrariar o princípio da não maleficência, que prega que não se deve causar mal a si mesmo ou aos outros.

Portanto, o uso de hormônios esteroides exógenos para aumentar a massa muscular e o desempenho físico é um tema complexo e controverso, que envolve aspectos médicos, legais e morais.

É importante que os usuários estejam cientes das consequências do seu uso e que respeitem as regras e as normas estabelecidas pelas organizações esportivas. 

Além disso, é importante que haja uma educação e uma conscientização sobre os riscos à saúde e as implicações éticas do uso indevido de hormônios esteroides exógenos.

Estratégias Alternativas para Aumento de Massa Muscular:

O uso de hormônios esteroides exógenos não é a única forma de aumentar a massa muscular e o desempenho físico. 

Existem outras estratégias legítimas e seguras que podem ser adotadas por quem deseja melhorar a composição corporal e a aptidão física. 

Essas estratégias envolvem o treinamento físico, a nutrição adequada e a suplementação.

O treinamento físico é a principal estratégia para o aumento de massa muscular, pois provoca estímulos mecânicos e metabólicos que induzem a síntese proteica muscular e a hipertrofia. 

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O treinamento físico pode ser dividido em dois tipos: o treinamento de resistência e o treinamento aeróbico.

O treinamento de resistência é aquele que envolve exercícios que geram tensão nos músculos, como a musculação, o levantamento de peso, a ginástica e o pilates. 

O treinamento de resistência pode ser ajustado de acordo com o volume, a intensidade, a frequência, a duração, o intervalo entre as séries, o tipo de exercício e a ordem dos exercícios. 

O treinamento de resistência é o mais eficaz para o aumento de massa muscular, pois provoca microlesões nas fibras musculares que estimulam a resposta anabólica.

O treinamento aeróbico é aquele que envolve exercícios que aumentam a frequência cardíaca e respiratória, como a corrida, a natação, o ciclismo e a dança. 

O treinamento aeróbico pode ser ajustado de acordo com a intensidade, a frequência, a duração e o tipo de exercício. 

O treinamento aeróbico é mais eficaz para melhorar o condicionamento cardiovascular e a oxigenação dos tecidos, mas também pode contribuir para o aumento de massa muscular, pois aumenta o fluxo sanguíneo e a capilarização dos músculos.

O treinamento físico deve ser planejado e executado de forma individualizada, respeitando as características, os objetivos e as necessidades de cada pessoa. O treinamento físico deve ser progressivo, variado e periódico, para evitar adaptações indesejadas, monotonia e estagnação.

O treinamento físico deve ser acompanhado por um profissional qualificado, que possa orientar, corrigir e motivar o praticante.

A nutrição adequada é outra estratégia essencial para o aumento de massa muscular, pois fornece os nutrientes necessários para a síntese proteica muscular e para o funcionamento do organismo. 

A nutrição adequada deve ser balanceada, variada e suficiente, contemplando todos os grupos alimentares e as recomendações nutricionais.

A nutrição adequada deve levar em conta as características, os objetivos e as necessidades de cada pessoa.

A nutrição adequada deve priorizar os alimentos naturais e minimamente processados, evitando os alimentos ultraprocessados e as bebidas alcoólicas. 

A nutrição adequada deve incluir fontes de proteínas de alto valor biológico, como carnes magras, ovos, leite e derivados, leguminosas e oleaginosas. A nutrição adequada deve incluir fontes de carboidratos complexos, como cereais integrais, tubérculos, frutas e verduras. 

A nutrição adequada deve incluir fontes de gorduras boas, como óleos vegetais, peixes gordos, abacate e sementes. A nutrição adequada deve incluir fontes de vitaminas, minerais, fibras e antioxidantes, que auxiliam na regulação do metabolismo, na digestão e na prevenção de doenças.

A nutrição adequada deve ser ajustada de acordo com o gasto energético e as demandas nutricionais de cada pessoa. A nutrição adequada deve ser fracionada em várias refeições ao longo do dia, respeitando os horários e as quantidades adequadas. 

A nutrição adequada deve ser adaptada ao tipo, à intensidade, à frequência e à duração do treinamento físico realizado. A nutrição adequada deve ser acompanhada por um profissional qualificado, que possa avaliar, prescrever e monitorar o plano alimentar.

A suplementação é uma estratégia complementar para o aumento de massa muscular, pois fornece nutrientes específicos que podem potencializar os efeitos do treinamento físico e da nutrição adequada. 

A suplementação pode ser dividida em dois tipos: a suplementação nutricional e a suplementação ergogênica.

A suplementação nutricional é aquela que visa complementar ou corrigir as deficiências ou as necessidades nutricionais de cada pessoa. A suplementação nutricional pode incluir suplementos de proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas, minerais, fibras e antioxidantes. 

A suplementação nutricional deve ser indicada por um profissional qualificado, que possa avaliar, prescrever e monitorar o uso dos suplementos.

A suplementação ergogênica é aquela que visa melhorar o desempenho físico, aumentando a energia, a força, a resistência, a recuperação e a concentração. A suplementação ergogênica pode incluir suplementos de creatina, cafeína, beta-alanina, bicarbonato de sódio, óxido nítrico e aminoácidos de cadeia ramificada. 

A suplementação ergogênica deve ser usada com cautela e critério, pois pode causar efeitos colaterais e interações medicamentosas. A suplementação ergogênica deve ser autorizada pelas organizações esportivas, pois alguns suplementos podem conter substâncias proibidas ou contaminadas.

Portanto, existem estratégias alternativas para o aumento de massa muscular que são legítimas e seguras, que envolvem o treinamento físico, a nutrição adequada e a suplementação. 

Essas estratégias devem ser adotadas por quem deseja melhorar a composição corporal e a aptidão física de forma saudável e sustentável.

Considerações Finais:

Neste artigo, analisamos como os hormônios esteroides influenciam o processo de aumento de massa muscular, incluindo os mecanismos subjacentes, os riscos associados ao uso indevido e as implicações éticas no contexto do culturismo e do desempenho atlético. 

Vimos que os hormônios esteroides, como a testosterona e seus derivados, são substâncias que estimulam a síntese proteica muscular e promovem o crescimento e a reparação dos músculos. 

No entanto, o uso de hormônios esteroides exógenos, especialmente os esteroides anabolizantes, pode causar diversos efeitos colaterais e riscos à saúde, como problemas cardiovasculares, distúrbios hormonais, danos hepáticos e psicológicos. Além disso, o uso de hormônios esteroides exógenos para melhorar o desempenho esportivo pode ser considerado uma forma de doping, que viola as regras e os princípios éticos do esporte.

Portanto, o uso de hormônios esteroides exógenos não é a única nem a melhor forma de aumentar a massa muscular e o desempenho físico.

Existem outras estratégias legítimas e seguras que podem ser adotadas por quem deseja melhorar a composição corporal e a aptidão física de forma saudável e sustentável.

Essas estratégias envolvem o treinamento físico, a nutrição adequada e a suplementação. Essas estratégias devem ser planejadas e executadas de forma individualizada, respeitando as características, os objetivos e as necessidades de cada pessoa. 

Essas estratégias devem ser acompanhadas por profissionais qualificados, que possam orientar, corrigir e motivar os praticantes.

Esperamos que este artigo tenha sido útil e esclarecedor para você. Agradecemos a sua atenção e interesse. 

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Dr Saulo Alves

Saiba mais em:

1. doi.org

2. scientificstyleandformat.org

3. scribbr.com

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