Dr. Saulo Alves

Quem é responsável por cuidar desses pacientes?

O Médico do Esporte vai ser um grande aliado na luta contra a Obesidade ao analisar o paciente e indicar o melhor tratamento contendo atividade física, suplementações, reposições de vitaminas, minerais e antioxidantes, além de reposições hormonais.

Dr. Saulo Alves é Médico do Esporte em Porciúncula-RJ e dono da clínica VITATIV uma clínica especializada em Emagrecimento, Performance, Saúde e Bem Estar. Um espaço moderno e aconchegante onde você irá encontrar tudo o que precisar para uma vida longa e saudável.

1.Introdução

A obesidade é uma doença crônica que se caracteriza pelo acúmulo excessivo de gordura no tecido adiposo. Ela pode ocorrer em decorrência de má alimentação, fatores metabólicos, hormonais, genéticos e psicológicos, além do sedentarismo. 

De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo IBGE, em 2019, um em cada quatro brasileiros está obeso, totalizando 61,7% da população adulta. Esse dado acende um alerta sobre esse grande problema de saúde pública, uma vez que a obesidade é fator de risco para uma série de doenças.

É nessa hora que eu, Dr. Saulo, médico do esporte, entro em campo. Atuando sobre as condições físicas do indivíduo, observando os fatores que levaram o paciente a se encontrar em tal condição e fornecendo um plano detalhado de como atingiremos uma perda de peso saudável e, principalmente, sustentável. 

2.Tipos de obesidade

  • Obesidade Alimentar: A obesidade alimentar é causada justamente quando há excesso de ingestão de água e alimentos. Muito frequentemente, apresenta formação de gordura corporal superior, abrangendo a barriga e o peitoral. Como é causada por alta quantidade de alimentos que são ingeridos, sua solução foca-se no oposto: a redução da quantidade de alimentos que serão comidos por dia. É importante também que sejam praticados no mínimo 30 minutos de exercícios diariamente para que o corpo consiga se livrar dos quilos extras.

  • Obesidade do estômago nervoso: Normalmente, este tipo de obesidade está relacionado a problemas de estresse e ansiedade. Estes dois quadros comportamentais influenciam fortemente no modo que o organismo encara a necessidade de ingestão de alimentos, gerando o acúmulo de gordura na região do abdômen. Também é comum que este tipo de obesidade seja ocasionado pela alta ingestão de doces e alimentos da categoria “junk food”. Para solucionar a obesidade causada por estômago nervoso é recomendado que se pratique pelo menos 30 minutos de exercícios por dia (caminhada, bicicleta, etc.). Também é recomendada a prática de ioga para incrementar a calma e eliminar o estresse e a ansiedade.

  • Obesidade de glúten: A obesidade de glúten ocorre nas mulheres quando há desequilíbrio hormonal, por isso é comum que se abata sobre adolescentes ou em mulheres na fase da menopausa. Para tratar este tipo de obesidade, recomenda-se primeiramente a eliminação de hábitos nocivos como o tabagismo e o alcoolismo. Além disso, é orientado que se faça exercícios físicos regularmente e que se evite permanecer sentada na mesma posição por muito tempo.

  • Obesidade metabólica aterogênica: Neste tipo de obesidade é constatado um tamanho expressivo do estômago, como se ocasionado por grande acúmulo de gorduras. Além da necessidade de orientação médica para seu tratamento, o paciente pode optar por um estilo de vida mais saudável, praticando pelo menos 30 minutos de exercícios por dia e cessando o hábito de fumar ou de beber álcool. Aconselha-se também que doces sejam evitados.

  • Obesidade venosa: A obesidade venosa é uma consequência justamente de deformidades circulatórias em veias hiper propagadas, por isso é comum que ocorra durante a gestação. Assim como os outros tipos de obesidade, a melhor maneira de tratar a obesidade venosa é através da realização de exercícios físicos. Exercícios que trabalham as pernas, tal qual a bicicleta ergométrica, podem ser muito úteis em sua eliminação.

  • Obesidade oriunda da inatividade: A obesidade oriunda da inatividade ocorre muito frequentemente em pessoas que praticavam exercícios físicos e já não praticam mais. Isso acontece porque o organismo se acostuma com altas quantidades de nutrientes para alimentar a massa muscular e encara então como excesso quando os exercícios são descontinuados, causando obesidade. Normalmente, diminuir a ingestão de alimentos por alguns dias ajudará a eliminar a gordura extra. Além disso, pode-se praticar exercícios aeróbicos como a bicicleta ergométrica ou a corrida.

3.Graus de obesidade

Para medir o grau de obesidade, utiliza-se o Índice de Massa Corporal (IMC), que é calculado pela divisão do peso (em quilogramas) pela altura ao quadrado (em metros). O padrão utilizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica o peso normal quando o resultado do cálculo do IMC está entre 18,5 e 24,9. Para ser considerado obeso, o IMC deve estar acima de 303. Veja a tabela completa:

IMCClassificação
Menor que 18,5Abaixo do peso
Entre 18,5 e 24,9Peso normal
Entre 25 e 29,9Sobrepeso
Entre 30 e 34,9Obesidade grau 1
Entre 35 e 39,9Obesidade grau 2
Acima de 40Obesidade grau 3

4.Causas da obesidade

A obesidade pode ter diversas causas, que podem ser de natureza individual ou coletiva. Algumas das principais são:

  • Consumo excessivo de calorias: quando a pessoa ingere mais calorias do que gasta no dia a dia, há um desequilíbrio energético que leva ao acúmulo de gordura corporal. Alimentos ricos em açúcar, sódio e gorduras são os principais vilões nesse sentido.
  • Sedentarismo: a falta de atividade física regular contribui para o ganho de peso e a perda de massa muscular. O exercício físico ajuda a queimar calorias, fortalecer os músculos e melhorar o metabolismo.
  • Fatores genéticos: algumas pessoas têm uma predisposição genética para desenvolver obesidade. Isso significa que elas herdam genes que afetam o apetite, o gasto energético e o armazenamento de gordura. No entanto, isso não é determinante para o surgimento da doença.
  • Fatores hormonais: alguns distúrbios hormonais podem influenciar o peso corporal, como o hipotireoidismo, a síndrome dos ovários policísticos, a síndrome de Cushing e o hipogonadismo. Essas condições alteram o funcionamento do metabolismo e podem causar obesidade secundária.

5.Consequências da obesidade

A obesidade é uma doença que traz diversas consequências negativas para a saúde física e mental da pessoa. Algumas das principais são:

  • Colesterol alto: o excesso de gordura no sangue pode causar o acúmulo de placas nas artérias, dificultando a circulação sanguínea e aumentando o risco de infarto e derrame.
  • Hipertensão: a obesidade aumenta a pressão arterial, pois o coração precisa fazer mais esforço para bombear o sangue pelo corpo. A hipertensão pode danificar os vasos sanguíneos e os órgãos vitais, como o cérebro, os rins e o coração.
  • Diabetes tipo 2: a obesidade prejudica a ação da insulina, o hormônio que regula os níveis de glicose no sangue. Isso pode levar ao desenvolvimento de diabetes tipo 2, uma doença crônica que pode causar cegueira, amputação de membros, insuficiência renal e morte prematura.
  • Doenças cardíacas: a obesidade é um fator de risco para doenças cardíacas, como angina, arritmia, insuficiência cardíaca e infarto. Isso ocorre porque a gordura excessiva sobrecarrega o coração e compromete o seu funcionamento.
  • Problemas ósseos: a obesidade aumenta a sobrecarga nas articulações, podendo causar inflamação, desgaste e dor. Além disso, a obesidade pode afetar a absorção de cálcio e vitamina D, essenciais para a saúde dos ossos.
  • Síndrome metabólica: é um conjunto de alterações metabólicas que aumentam o risco de doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2. A síndrome metabólica é caracterizada por obesidade abdominal, hipertensão, colesterol alto e resistência à insulina.
  • Distúrbios do sono: a obesidade pode causar apneia do sono, uma condição em que a pessoa para de respirar por alguns segundos durante o sono. Isso pode levar à sonolência diurna, falta de concentração, irritabilidade e cansaço.
  • Esteatose hepática não alcoólica: é o acúmulo de gordura no fígado que não está relacionado ao consumo de álcool. A esteatose hepática pode causar inflamação, fibrose e cirrose hepática.

6.Tratamento da obesidade

O tratamento da obesidade depende do grau, da causa e das complicações da doença. Em geral, ele envolve mudanças no estilo de vida, como alimentação saudável e prática de atividade física regular. Em alguns casos, pode ser necessário o uso de medicamentos ou a realização de cirurgia bariátrica. Veja a seguir as principais formas de tratamento.

  • Alimentação saudável: a dieta é um dos pilares do tratamento da obesidade, pois visa reduzir o consumo de calorias e aumentar o aporte de nutrientes essenciais para o organismo. A alimentação saudável deve ser baseada em frutas, verduras, legumes, cereais integrais, carnes magras, ovos, leite e derivados desnatados. Deve-se evitar alimentos ricos em açúcar, sódio e gorduras, como refrigerantes, sucos industrializados, biscoitos, bolos, salgadinhos, frituras e embutidos.
  • Atividade física: o exercício físico ajuda a queimar calorias, fortalecer os músculos e melhorar o metabolismo. A recomendação é praticar pelo menos 150 minutos de atividade física moderada por semana, como caminhada, bicicleta ou natação. Também é importante incluir exercícios de força e resistência muscular pelo menos duas vezes por semana.
  • Medicamentos: os remédios para emagrecer só devem ser usados sob prescrição médica. Eles atuam de diferentes formas no organismo, como reduzindo o apetite, aumentando a saciedade ou diminuindo a absorção de gordura.
  • Cirurgia bariátrica: a cirurgia bariátrica é uma opção para casos de obesidade grau 3 ou grau 2 com complicações associadas. Ela consiste em reduzir o tamanho do estômago ou alterar o trajeto do intestino para diminuir a ingestão e a absorção de alimentos. A cirurgia bariátrica pode trazer benefícios como perda de peso significativa, melhora das doenças relacionadas à obesidade e aumento da qualidade de vida. No entanto, ela também tem riscos e exige acompanhamento médico e nutricional por toda a vida.

7.Prevenção da obesidade

A prevenção da obesidade é fundamental para evitar as consequências negativas da doença para a saúde e o bem-estar. Algumas medidas simples que podem ajudar a prevenir a obesidade são:

  • Manter uma alimentação saudável e equilibrada
  • Praticar atividade física regularmente
  • Controlar o estresse e as emoções
  • Dormir bem e evitar o uso de eletrônicos antes de dormir
  • Evitar o consumo excessivo de álcool e tabaco
  • Fazer exames periódicos para verificar os níveis de colesterol, glicose e pressão arterial
  • Buscar ajuda médica em caso de suspeita de distúrbios hormonais ou psicológicos

8. Como a atividade física ajuda na obesidade

  1. Gasto calórico: A atividade física aumenta o gasto energético do corpo, pois durante o exercício ocorre um aumento do trabalho muscular e do metabolismo. Isso leva a um maior consumo de calorias. Se o consumo calórico através da alimentação for menor do que o gasto calórico proporcionado pela atividade física, ocorre um déficit calórico, o que leva à perda de peso ao longo do tempo.
  1. Aumento do metabolismo: O exercício regular contribui para aumentar o metabolismo basal, que é a quantidade de calorias que o corpo queima em repouso. Isso ocorre devido ao aumento da massa muscular e à maior atividade metabólica das células musculares. Quanto maior a quantidade de massa muscular, maior será a taxa metabólica basal, o que significa que o corpo continuará queimando calorias mesmo quando você não estiver se exercitando.
  1. Preservação da massa muscular: A atividade física desempenha um papel importante na preservação da massa muscular durante o processo de perda de peso. Durante uma dieta restritiva, o corpo tende a utilizar tanto a gordura quanto o tecido muscular como fonte de energia. No entanto, o exercício, especialmente o treinamento de força, pode ajudar a minimizar a perda de massa muscular. Isso ocorre porque o estímulo do exercício ativa os processos de síntese proteica muscular, ajudando a manter e até mesmo aumentar a massa muscular. Como mencionado anteriormente, os músculos são metabolicamente ativos e queimam mais calorias em repouso do que a gordura, o que contribui para um maior gasto calórico diário.
  1. Controle do apetite: A atividade física regular pode influenciar positivamente o controle do apetite. Durante o exercício, ocorrem alterações hormonais que podem reduzir a sensação de fome. A prática regular de exercícios aumenta a liberação de hormônios como a colecistocinina e a peptídeo YY, que são responsáveis pela sensação de saciedade. Além disso, o exercício também pode ajudar a distrair a mente e reduzir os pensamentos relacionados à comida, contribuindo para o controle da ingestão calórica.
  1. Melhora da sensibilidade à insulina: A atividade física regular melhora a sensibilidade à insulina. A resistência à insulina é um dos principais fatores relacionados à obesidade e ao desenvolvimento do diabetes tipo 2. Quando uma pessoa é resistente à insulina, o corpo tem dificuldade em utilizar efetivamente a glicose como fonte de energia, o que pode levar ao acúmulo de gordura e ao aumento do peso. O exercício ajuda a aumentar a captação de glicose pelas células musculares, melhorando a sensibilidade à insulina e auxiliando no controle dos níveis de açúcar no sangue.
  1. Benefícios psicológicos: Além dos efeitos físicos, a atividade física regular também traz benefícios psicológicos que podem ser relevantes no combate à obesidade. O exercício promove a liberação de endorfinas, neurotransmissores responsáveis pela sensação de prazer e bem-estar, o que pode ajudar a reduzir o estresse, a ansiedade e a depressão. Além disso, o exercício físico regular está associado a uma melhora da autoestima e da imagem corporal, o que pode ser importante para a adoção de um estilo de vida saudável.

9.Conclusão

A obesidade é um problema de saúde pública que precisa de atenção. Ela pode causar diversas doenças graves e comprometer a qualidade de vida das pessoas. Por isso, é importante buscar tratamento adequado e adotar hábitos saudáveis para combater essa doença.

O Tratamento para Obesidade tem evoluído cada vez mais. Isso nos possibilita a usar protocolos de forma que evitemos até mesmo cirurgias super invasivas como a bariátrica. Poucos são os médicos que se dedicam quase que exclusivamente ao estudo e tratamento dessa doença e tenho a honra de estar entre essa escassa classe que luta por uma vida mais leve e saudável. 

Eu, como médico do esporte e membro da Sociedade Brasileira de Medicina da Obesidade (SBEMO), dedico a maior parte do meu tempo para o tratamento de pacientes que sofrem com o excesso de gordura corporal.  

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